segunda-feira, 16 de setembro de 2013

John Bunyan e o Consolo das Escrituras.

Ontem a noite, um pouco antes de dormir, abri aleatoriamente o livro "Graça Abundante ao Principal dos Pecadores"*, uma autobiografia de John Bunyan**. O assunto das páginas 148 e 149 era "A graça sustentadora de Deus". Fiquei preso aquela duas páginas e não pude pregar o olho enquanto não as li. Impressionou-me a maneira como o querido irmão Bunyan se apropriou das verdades bíblicas para receber consolo e saber como se comportar como um verdadeiro peregrino diante dos sofrimentos inerentes à jornada cristã:

"Antes de ser preso, percebi o que estava para acontecer e tive especialmente duas considerações em meu coração. A primeira dizia respeito a como enfrentaria a morte, se esta fosse minha sorte aqui. Colossenses 1.11 me foi um grande auxílio para orar a Deus e ser fortalecido "com todo o poder, segundo a força da sua glória, em toda a perseverança e longanimidade; com alegria. Durante todo um ano, antes de ser preso, mal podia orar sem este versículo ou esta súplica graciosa, incutindo-a na mente e convencendo-me de que, se nunca passara por um longo período de sofrimento, devia ser paciente, especialmente se quisesse suportá-lo com alegria.
Quanto a segunda consideração, este outro versículo foi um grande auxílio para mim: "Contudo já em nós mesmo, tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e sim no Deus que ressuscita os mortos" (2 Co 1.9). Por meio desse versículo, percebi que, se algum dia, eu sofresse de maneira certa, devia antes sentenciar à morte tudo o que fosse reputado, apropriadamente, de valor nesta vida, considerando a mim mesmo, minha esposa, meus filhos, minha saúde, minha alegria e tudo mais, como mortos para mim, e a mim mesmo, como morto para elas. Depois, devia viver dependente de Deus, que é invisível. Como Paulo disse em outra passagem, o meio de não desfalecer é "não atentar nas coisas que se vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que não se vêem são eternas!" Foi assim que ponderei comigo: "se eu me preparar somente para a prisão, o chicote virá inesperadamente, e também, o tronco. Se eu me preparar somente para estes, não estarei para ser banido. Além disso, se eu concluir que o exílio é o pior, eu me surpreenderei se a morte vier". Assim vejo que o melhor meio de passar por sofrimentos é confiar em Deus por meio de Cristo no que diz respeito ao mundo vindouro. E, em relação a este mundo, a melhor maneira de passar por sofrimentos é considerar a sepultura como minha casa; é fazer minha cama na escuridão - é dizer à corrupção "tu és meu pai", e aos vermes "vós sois minha mãe e minha irmã"; é tornar essas coisas familiares a mim."

* Excelente livro publicado pela Editora Fiel. Confira aqui.

** John Bunyan (28 de Novembro de 1628 – 31 de Agosto de 1688, Londres), escritor e pregador cristão nascido em Harrowden, Elstow, Inglaterra, foi o autor de The Pilgrim's Progress (O Peregrino), provavelmente a alegoria cristã mais conhecida em todos os tempos.

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