terça-feira, 23 de outubro de 2012

A Verdade e a Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-Moderno (4/6)

Por que Estou aqui?
Esta cultura basicamente diz que não há rima ou razão, por isto estamos aqui para aproveitar ao máximo. Consumir. Aproveitar. É por isto que estamos aqui. Esta é uma mentalidade geral na nossa cultura norte-americana, tanto na igreja como fora dela, resultando em um materialismo insaciável, e fazendo-nos considerar os filhos como empecilho e uma carga. Enquanto muitos nas nações pobres do mundo falam sobre o número de filhos com que podem ser abençoados, nós falamos sobre o número de filhos que podemos sustentar. Nós temos casas que são maiores do que eles jamais possuíram, e famílias que são menores do que eles jamais tiveram. A nossa atitude com relação aos filhos é "um menino para mim, uma menina para você, e o Senhor seja louvado, que encerramos". Por quê? Porque os filhos são empecilhos para o nosso consumismo e aproveitamento. Eles custam caro demais. Este é o fruto da pós-modernidade e do humanismo secular.
O teísmo cristão considera a pergunta, "Por que estamos aqui?" e responde de maneira muito diferente. Outra vez, nós voltamos para a Supremacia de Cristo. Examine o fragmento seguinte do texto de Colossenses:
Tudo foi criado por ele e para ele.  E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é o cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência.
"Tudo foi criado por Ele e para Ele". O propósito fundamental de todas as coisas é trazer a Cristo glória e honra, e que Ele possa ter a supremacia em todas elas. Assim sendo, quem sou eu? A coroa e a glória da criação. Por que estou aqui? Para trazer glória e honra ao Senhor Jesus Cristo. É por isso que eu existo. É por isto que você existe. É por isto que Ele soprou em nós o verdadeiro fôlego de vida. Ele deve ter supremacia e preeminência em tudo. O Senhor é digno de supremacia  em preeminência em sua vida,  supremacia e preeminência na igreja, supremacia e preeminência sobre a morte e o inferno e a sepultura - supremacia e preeminência sobre tudo. E por causa disso, a razão para a minha existência vai muito além de consumir e aproveitar.
Tenho o privilégio de dar palestra em campus de faculdades por todo país, e este é um assunto que amo trazer ao foro quando falo com alunos de faculdade. A maioria dele vai para o campus com uma coisa em mente; ele se perguntam: "O que eu posso conseguir aqui que facilite meu consumo e o meu prazer?" É por isso que a maioria das pessoas muda de curso, três ou quatro vezes, antes de sair da faculdade. É assim que eles agem. Eles vêm à faculdade pensando no curso número um - frequentemente um curso de sonho. Este curso não tem nada a ver com sua aptidão. É um sonho. Converso com alunos o tempo todo.aperto suas mãos e lhes faço algumas perguntas. Pergunto-lhes de onde vêm, o que estão estudando, e em que ano estão em seus cursos. E isto é o que acontece: Eu caminho e aperto as mãos.
- Olá, tudo bem De onde você é?
- Oh, eu sou de Podoke, Estado de Iowa.
- Legal. O que você está estudando?
- Preparatório para medicina e microbiologia.
A minha pergunta seguinte é:
- Você é calouro, não é?
Ao que ele responde:
 - Sim, como você sabe?
Não estou falando de rapazes e moças com aptidão apropriada para tal curso. Refiro-me a alunos que entram na faculdade e escolhem um curso simplesmente com base no prestígio da sua posição futura. É assim que ele ingressam no curo número um, um curso de sonho. Como entram no curso número dois? Eles folheiam a revista Fortune 500, descobrem quem está ganhando mais dinheiro com menor grau de instrução, e escolhem este curso. Mas então, depois que fica difícil demais, começam a procurar um novo curso. E como passam para o curso número três? Por volta do segundo semestre do seu primeiro ano, eles entram na sala de um conselheiro, e dizem, "Com licença. Em que curso posso eliminar o maio número de mate´rias e ter a menor carga horária? Sim, acho que vou passar para este agora mesmo". A esta altura, o curso escolhido é "sair-logo-daqui-logia"!
Mas que tal esta idéia radical: Deus te entreteceu no ventre da tua mãe (Sl 139.13). Ele te deu uma combinação exclusiva de dons, talentos, habilidades e desejos (Rm 12; 1 Co 12). Como seria, se você compreendesse a supremacia de Cristo na verdade, como ela está  relacionada com o seu propósito de existir, e visse que toda a sua instrução serviu para promover a glória, a supremacia de Cristo, e a sua causa aqui na terra?
Como escreveu Richard Baxter:
Os homens mais santos são os mais excelentes estudiosos das obras de Deus, e ninguém, exceto os santos, pode estudá-las ou conhecê-las corretamente. As obras de Deus são grandes, e eles as procuram para ter prazer nelas, mas não para si mesmos, mas para aquEle que os criou. O seu estudo de física e outras ciências não merecerá uma grande dedicação se Deus não for a pessoa que você esteja procurando nele. Ver e admirar, reverenciar e adorar, amar e deleitar-se no Senhor, como exibido em todas as suas obras - esta é a verdadeira e única filosofia; o contrário é mera loucura, e assim é chamado, repetidas vezes, pelo próprio Deus. Esta é a santificação de seus estudos, quando são devotados ao Todo-Poderoso, e quando Ele é o fim, o objeto e a vida neles. [Richard Baxter, The Reformed Pastor, cap.1]
E se nós encarássemos os nosso estudos como um intendência? Se criássemos nossos filhos, não para estudar e trabalhar em alguma coisa simplesmente porque este fato nos deixaria orgulhosos, mas em vez disso, se os criássemos para que pudessem descobrir o caminho em que Deus os colocou? E se nós decidíssemos cuidar deles, e criá-los de tal maneira que Deus pudesse utilizar os dons que Eles lhes deu, para sua glória? Se nós os ensinássemos, continuamente, a se concentrarem na supremacia de Cristo na verdade, e na maneira como Ele se relaciona com o nosso propósito para existir? Cristo é "antes de todas as coisas". Por que você escolheu o seu último trabalho? Foi por causa da supremacia de Cristo na verdade, à medida que ela se relaciona com o seu propósito de existir? Ou foi porque este emprego lhe paga mais do que o emprego que você tinha antes? Pastor, como você escolheu a sua igreja atual? Foi através de uma busca pela supremacia de Cristo na verdade em todas as coisas, à medida que ela se relaciona com seu propósito pastoral? Ou foi porque esta posição é um pouco mais prestigiosa que a última? Tudo foi criado por Ele e para Ele. Isto significa: a minha vida, a minha família, o meu ministério - tudo o que forma quem eu sou - deve ser caracterizado por um comprometimento com a preeminência de Cristo.
Extraído do excelente livro publicado pela Editora CPAD, A Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-Moderno.




Voddie Baucham é marido, pai, pastor, autor de livros, professor, pregador conferencista e plantador de igrejas. Ele serve como pastor de pregação na Igreja Batista Família da Graça em Spring, Texas.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A Verdade e a Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-Moderno (3/6)

O Teísmo Cristão e as Questões Fundamentais da Vida: Uma Explicação de Colossenses 1.12-21
As repostas fornecidas pelo humanismo secular pós-moderno deixam seus adeptos vazios e necessitados. Como, então, respondemos nós? Nós abrimos nossas Bíblias em Colossenses 1, para ver como a perspectiva cristã responde a estas mesmas perguntas. Vejamos como a supremacia de Cristo pode ser aplicada às questões fundamentais da vida: (1) Quem sou eu? (2) Por que estou aqui? (3) O que está errado no mundo? e (4) Como podemos consertar o que está errado?

Quem sou eu?
O Teísmo Cristão responde:
[Cristo] é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades, tudo foi criado por ele e para ele (Cl 1.15-16 NASB)
Agora, alguns de vocês podem estar confusos, pensando como esse texto pode ser uma resposta para a pergunta: "Quem sou eu?" A resposta é que vocês não podem imaginar quem são vocês até que, antes de mais nada, descubram quem é Ele. Jesus é a imagem do Deus invisível. É a representação exata do Pai. É o retrato de Deus em carne humana. Ele é Deus sobre esta terra. Ele é Todo-poderoso, "porque nele foram criadas todas as coisas", e é o Criador de todas as coisas.
Quais as coisas que Jesus criou? Ele criou todas as coisas que há no céus e na terra. Tronos, dominações, principados, potestades - tudo foi criado por Ele. Tudo foi criado nEle. Isto nos lembra João 1.1 "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus", o que por sua vez nos faz lembrar de Gênesis 1.1: "No princípio, criou Deus os céus e a terra". Se continuarmos lendo, encontraremos estas maravilhosas palavras: "Façamos [nós] o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança" (Gn 1.26). Assim sendo, quem sou eu? Enquanto nossa cultura pós-moderna diz que eu sou o resultado de processos aleatórios, o teísmo cristão diz que eu sou a glória que coroa a criação de Deus (cf. Sl 8.5). O teísmo cristão diz que Ele me entreteceu no ventre da minha mãe (Sl 139.13). O teísmo cristão diz que não sou um acidente, tão pouco o resultado de processos aleatórios. O teísmo cristão diz que, quer eu seja alto e bonito, que eu seja baixo e não tão belo, quer o meu corpo funcione perfeitamente ou seja gravemente deformado, sou a glória que coroa a criação de Deus, e como resultado, tenho dignidade, importância e valor inerentes. O teísmo cristão não consegue compreender idéias como racismo, classismo ou eugenia. O teísmo cristão considera o homem negro e o não-tão-negro como iguais. (Você categoriza o mundo como deseja; eu o categorizo como desejo! Mas para o meu leitor que é branco, quero dizer que não há problema que você não seja negro como eu; Deus lhe ama assim mesmo!) Naturalmente, a pergunta que fica no ar quando a questão vem à tona é:  Este realmente é o caso?  Esta pergunta está sempre suspensa, mesmo quando as pessoas não a proferem. A questão  está no ar. Como não gosto de perguntas que ficam no ar, vamos lidar com ela de frente.
Aqui está a dúvida: Você diz que, no contexto e nos limites deste teísmo cristão, não há lugar para este tipo de racismo, mas nós sabemos, como fato, que já houve culturas que, por um lado, afirmavam esta fidelidade ao teísmo cristão, e por outro, abraçavam racismo e escravidão. Como você justifica isto? A resposta é que não tenho que justificar nada disso. A história não é normativa. Só porque esse fato aconteceu, não significa que tenha sido correto. Aqui está o ponto que temos que analisar: isto cessou. O que fez com que isto cessasse? Qual foi a perspectiva encoberta que disse: "Isto é incoerente?" Qual foi a perspectiva encoberta que disse: "Isto é incoerente?" Qual foi a visão que questionou: "Nós somos um exercício de dissonância cognitiva?" Qual foi o parâmetro que alertou e disse: "Vocês não podem, por um lado afirmar o teísmo cristão, e por outro, desprezar homens por causa da cor de sua pele!" Foi o Islã? Não. A escravidão ainda é desenfreada no mundo muçulmano. Foi o teísmo cristão que acabou com a escravidão no mundo ocidental. Era errado? Sim, a escravidão no mundo ocidental era errada, mas segundo qual padrão? A escravidão era errada segundo o padrão da supremacia de Cristo e da Palavra de Deus.
Nem o humanismo secular nem o pós-modernismo conseguem compreender esta verdade - segundo qual outro padrão a perspectiva global teria acabado com a escravidão? Mas, quando nós compreendemo a supremacia de Cristo, não conseguimos escapar a esta verdade. Quem sou eu? Quem é você? Nós somos a glória que coroa a criação de Deus. Não me importo com o que qualquer pessoa já disse a você. Não me preocupo se o seu pai e sua mãe olharam nos seu olhos e disseram que você foi um engano. Jamais se esqueça que você foi criado à imagem de Deus, como a glória que coroa a sua criação.
Jamais me esquecerei do momento em que compreendi isto pela primeira vez. Inclusive, passo muito tempo da minha vida perguntando por quê? Fui criado por uma mãe solteira, adolescente que tinha apenas dezessete anos de idade quando engravidou. Ela e o meu pai ficaram casados por pouco tempo, mas à partir da época em que eu tinha cerca de um ano de idade, ela passou a me criar sozinha na região infestada de drogas e gangues, no Centro Sul de Los Angeles, onde, naquela época, a expectativa de vida de um rapaz negro era de aproximadamente vinte e quatro anos. Muitas vezes me perguntei por quê? - especialmente à luz da nossa cultura de hoje, que considera as mulheres jovens na condição da minha mãe, e lhes diz que seria irresponsável que levasse sua gravidez até o fim. Mas, quem sou eu? Sou a glória que coroa a criação de Deus.
Independente das circunstâncias do meu nascimento, ou do seu, das dificuldades ou fraquezas com que você luta, da sua classe ou da sua posição na vida - por caus da supremacia de Cristo na verdade, você é aquilo que o Criador do universo diz que você é. E, ao soprar em você o verdadeiro sopro de vida, Ele diz que você tem valor, dignidade e importância, e afirma que devo reconhecer isto em sua vida, da mesma forma como reconheço em mim mesmo. E assim nós vemos a supremacia de Cristo na verdade, e temos a resposta à pergunta número um.

Extraído do capítulo 2 do excelente livro publicado pela Editora CPAD, A Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-Moderno.





Voddie Baucham é marido, pai, pastor, autor de livros, professor, pregador conferencista e plantador de igrejas. Ele serve como pastor de pregação na Igreja Batista Família da Graça em Spring, Texas.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A Verdade e a Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-Moderno (2/6)

Questões Fundamentais da Vida

Agora quero examinar a maneira como estas duas estruturas funcionam na vida real. Também pretendo examinar a maneira como nós consideramos a questão da verdade, juntamente em sua relação com a supremacia de Cristo, em um mundo pós-moderno. Todo ser humano, que já viveu ou que viverá, fez, faz ou fará quatro perguntas básicas. São as mesmas perguntas, não importa onde você viva (se na Ásia, na África, na Europa ou na América do Norte), ou quando você faz a pergunta (se no século I, no século XXI, ou , se o Senhor tardar, no século XXXI). As quatro perguntas são estas: (1) Quem sou eu? (2) Porque estou aqui? (3) O que está errado no mundo? e (4) Como podemos concertar o que está errado? Ainda que nem todos nós as articulemos, a luta com essas quatro perguntas básicas está na alma de todas as pessoas. Permita-me responder a estas indagações, em primeiro lugar, da perspectiva da nossa cultura, e a seguir, da perspectiva do teísmo cristão, com base me Colossenses 1. Se fizermos à nossa cultura estas quatro perguntas, aqui estão as repostas que obteremos.

Quem Sou Eu?
As respostas fornecidas pelo humanismo secular à primeira pergunta são estas: Você é um acidente. Você é um engano. Você é um primata glorificado. Você é o resultado do processo aleatório da evolução. É isto. Sem pé. Sem cabeça. Sem propósito. Em última análise, você não é nada. Esta é a realidade patética quando a evolução percorre o seu curso ideológico. Se a idéia for levada à conclusão lógica, o homem não tem mais valor do que um rato de campo; se o roedor do campo é uma espécie ameaçada, que por acaso está na propriedade do homem, adivinhe: Quem terá que se mudar dali?

Por que Estou Aqui?
A reposta do humanismo secular à pergunta, "Por que estou aqui?" é que você está aqui para consumir e aproveitar a vida. Consiga tudo o que puder. Desfrute tudo o que conseguir. Faça isto. É por isto que você está aqui. É a única coisa que importa. Quando perguntaram ao famoso humanista, John D. Rockefeller: "Quanto dinheiro é suficiente?" ele foi mais honesto do que qualquer homem jamais havia sido, e respondeu: "Somente um pouquinho mais". Consuma e aproveite. É por isto que você está aqui.
A propósito, quando você combina prazer e consumo, em um universo materialista, obtém terríveis resultados. Se eu não tiver nenhuma razão para minha existência - se não for mais do que resultado do processo evolutivo aleatório, e se apenas existo para consumir e aproveitar - as únicas coisas que importam são se sou mais poderoso do que você, e se você tem alguma coisa de que eu preciso para meu prazer. Se for assim, então é minha incumbência tomar tudo o que eu puder de você, para aumentar minha própria satisfação.
Nós já não vimos isto acontecendo no mundo? Já não vimos a conclusão lógica deste tipo de darwinismo social? Já não vimos uma cultura que, em certa ocasião, disse que existe uma raça que é mais evoluída que todas as outras? Eles argumentavam que, porque a raça ariana é superior a todas as demais, é sua tarefa dominar e/ou exterminar outras raças, para entrar no nível seguinte da nossa evolução.
Não os desprezem. Não rejeitem os cientistas biólogos arianos, que viam os judeus como coisas e não como pessoas, para justificar o seu extermínio, porque isto é exatamente o que os nosso cientistas e biólogos fazem ao bebê que está no útero. O mesmo conceito de eugenia reduz o bebê no útero a um monte inconveniente de carne. Ainda  mais sinistro é o fato de que crianças gravemente deformadas são, com frequência, exterminadas no útero, porque interferem em nossa capacidade de consumir e aproveitar. Em outro extremo do espectro da vida, quando as pessoas estão velhas e frágeis e seu fim está próximo, elas não somente têm o direito de morrer, mas agora tem o dever de morrer. Basta dar-lhes um coquetel e elas podem deixar de ser um peso a seus filhos, que agora estão cuidando delas.
Quem sou eu? De acordo com a visão predominante em nossa cultura pós-moderna, eu não sou nada.
Porque estou aqui? Estou aqui para aproveitar ao máximo, para consumir e desfrutar, enquanto puder.

O que Está Errado no Mundo?
Se você se perguntar a proponentes da pós-modernidade o que está errado com o mundo, a resposta será muito simples. As pessoas são insuficientemente educadas ou governadas. É isto o que está errado com o mundo. As pessoas não conhecem o suficiente, ou não são plenamente vigiadas.

Como Poderemos Consertar o que Está Errado?
A solução para os nossos ais é mais educação e governo. Está é a única resposta que a nossa cultura consegue propor: ensinar mais coisas às pessoas, e dar a elas mais informação. Como combatemos a Aids? Nós a combatemos com a conscientização e com o conhecimento da Aids. Como combatemos o racismo? Nós o combatemos oferecendo aulas contra o ódio. E o que dizer do marido que espanca sua esposa? Nós o enviamos para ter aulas de controle de raiva. Basta dar às pessoas mais informação e tudo estará bem. Mas se você tomar um ser humano pecador, um assassino, e educar este indivíduo, ele meramente se torna mais sofisticado em sua habilidade de destruir. O mundo é muito mais educado hoje em dia, do que durante a Primeira Guerra Mundial. E como estamos nos arranjando? Estamos vendo menos guerras? Não. Somente técnicas mais sofisticadas de matança. Agora, devido à nossa "educação", nós podemos matar mais pessoas em menor tempo do que nunca antes na história.
Se mais educação não é a reposta, talvez a solução deva ser encontrada em mais governo. Será? Existem dois problemas com este modo de pensar. Em primeira lugar, quem está governando os governantes? Para que o governo fosse uma solução real, deveria haver uma classe especial de pessoas que nos governasse sem ter necessidade de governo para si mesmas. O segundo problema é a depravação do homem. O homem não irá simplesmente melhorar, como resultado de ser governado. Ao contrário, ele simplesmente encontrará e explorará meios de escapar do governo.

Extraído do capítulo 2 do excelente livro publicado pela Editora CPAD, A Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-Moderno.





 Voddie Baucham é marido, pai, pastor, autor de livros, professor, pregador conferencista e plantador de igrejas. Ele serve como pastor de pregação na Igreja Batista Família da Graça em Spring, Texas.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A Verdade e a Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-Moderno (1/6)

por Voddie Baucham 

Não há nenhuma dúvida de que a cultura contemporânea está em crise, precipitando-se rumo à destruição. Questões que antes eram consideradas assuntos definidos agora vêm à tona. Há cem anos, seria difícil prever um debate genuíno sobre a natureza e a definição do casamento, a moralidade de matar-se uma criança em meio a um processo de parto, ou se um homem é "religioso demais" para desempenhar um cargo no serviço público. No entanto, estas questões não somente estão sendo debatidas, mas praticadas. O casamento entre homossexuais está tendo lugar, o aborto é um procedimento comum, e os candidatos na política regularmente sujeitam suas convicções religiosas ao comando daqueles que os manipulam.

É neste contexto que o contraste total, entre a nossa cultura e o nosso Cristo, é visto mais agudamente. Talvez jamais tenha havido uma época melhor para ver e proclamar a supremacia de Cristo, particularmente na área da verdade. É contra o pano de fundo desta cultura que chama o mau de "bem" e o bem de "mal" - onde o pecado é celebrado e a justiça é ridicularizada - que o Cristo da Verdade brilha de modo mais resplandecente.

Pós-modernidade e um termo enganoso - até mesmo para os seus defensores! Mas se pudermos dizer algo de certo sobre a pós-modernidade, é que o conceito de verdade acessível, conhecível, objetiva, é a antítese à epistemologia pós-moderna padrão. O objetivo fundamental deste capítulo, no entanto, não é apresentar uma detalhada descrição da pós-modernidade, nem fazer uma defesa abrangente da verdade objetiva, mas celebrar e defender a supremacia de Cristo. A pós-modernidade não é suprema neste mundo. Cristo é o único que é, e sempre será Supremo. De modo que, se existe um conflito entre Cristo e pós-modernidade, Jesus vence todos os dias, o dia todo, e duas vezes aos domingos!

Duas Perspectivas Conflitantes
Nós podemos identificar duas principais perspectivas conflitantes em nossa cultura. Estas duas perspectivas foram mencionadas por muitos títulos diferentes, mas para nossos propósitos, farei referência a eles como teísmo cristão por um lado, e uma visão pós-moderna do humanismo secular, por outro. Reconhecendo que isto é uma simplificação excessiva, ainda é útil considerá-las como duas amplas e conflitantes visões da realidade. O meu plano, neste capítulo, é tratar das "questões fundamentais da vida" da perspectiva de cada uma das visões. Nós examinaremos, por meio de cinco categorias principais de perspectivas, perguntando como elas respondem:


  • à questão de Deus;
  • à questão do homem;
  • à questão da verdade;
  • à questão do conhecimento; e 
  • à questão da ética

A seguir passaremos a examinar como estas duas perspectivas conflitantes respondem às questões existenciais que cada um de nós tem.

A Questão de Deus
O teísmo cristão responde à questão de Deus, apresentando um ser necessário, inteligente, e Todo-poderoso. O humanismo secular pós-moderno, por outro lado, é fundamental e funcionalmente ateu. O homem é o ponto de partida nesta perspectiva convoluta. É bastante irônico, porque o humanismo secular ´a perspectiva dominante de grande parte das pessoas em nossa cultura, a maioria esmagadora de norte-americanos (nota do blog: dos brasileiros também) responde às pesquisas de opinião que crê em Deus.

A Questão do Homem
O teísmo cristão responde ao questionamento da natureza do homem, vendo-o como uma criação especial de Deus (cf. Gn. 1.26-28; 9.6). Em comparação, o humanismo secular pós-moderno vê o homem como um organismo monocelular enfurecido - um primata glorificado que perdeu a maior parte de seu pêlos e ganhou opositivos, um acidente cósmico sem pé nem cabeça.

A Questão da Verdade e do Conhecimento
O teísmo cristão considera a verdade como absoluta. Se alguma coisa é "verdadeira", isto é, se corresponde à perspectiva de Deus, então é verdadeira para todas as pessoas, em todos os lugares e épocas. No entanto, o humanismo secular pós-moderno encara a verdade de maneira diferente. A geração anterior do humanismo - que podemos chamar de humanismo super clássico - encarava a verdade através de lentes epistemológicas do materialismo naturalista. Era inerentemente atéia, uma vez que nada poderia ser conhecido, exceto este sistema fechado chamado "natureza". Se a natureza é um sistema fechado, então por definição, não existe nada como o sobrenatural. Tal pensamento é o ateísmo funcional a que me referi anteriormente. A maioria dos norte-americanos afirma crer em Deus enquanto adota uma epistemologia que rejeita a possibilidade de tal Ser (nota do bog: novamente o brasileiros podem estar incluídos aqui). Se a natureza é um sistema fechado, então o Deus em que se crê não pode ser o Deus da Bíblia. Apesar do fato dos pós-modernos rejeitarem o materialismo naturalista em favor do pluralismo filosófico e do experimentalismo, o resultado final é o mesmo. Ambas as visões rejeitam a verdade absoluta e objetiva da Palavra de Deus, e, no caso da pós-modernidade, a verdade objetiva de modo geral. O humanismo secular clássico rejeita a verdade, em favor da matéria; a versão pós moderna rejeita a verdade, em favor da experiência.
Agora, se você crê neste tipo de materialismo naturalista, como pode ousar referir-se a si mesmo como um cristão, ou como alguma coisa parecida com um cristão? Por que dizer que você crê em Deus quando, de uma perspectiva epistemológica, você exclui até mesmo a possibilidade de Deus?
O bispo episcopal John Shelby Spong, em seu livro A New Christianity for a New World (Um Novo Cristianismo par um Mundo Novo), faz exatamente isto, argumentando da perspectiva do materialismo naturalista. Ele argumenta que aquilo que precisamos fazer é passar para uma idéia não-teísta de Deus. Spong afirma que os seres humanos evoluíram para a perspectiva teísta atual, e precisamos continuar a evoluir, para uma visão não-teísta de Deus. Aqui está um homem que passou trinta anos no ministério pastoral e foi conferencista na Harvard Divinity Scholl, dizendo coisas como:

Eu não creio que Jesus tenha entrado neste mundo pelo milagre do nascimento virginal, ou que os nascimentos virginais aconteçam em qualquer lugar, exceto na mitologia. Não acredito que uma estrela de verdade tenha guiado homens literalmente sábios para levar presentes a Jesus, ou que anjos reais tenham cantado a pastores nas colinas, para anunciar o seu nascimento. Não creio que Jesus tenha nascido em Belém, ou que tenha sido lavado ao Egito, para escapar da ira do rei Herodes. Considero estas coisas como lendas que posteriormente se tornaram históricas, à medida que a tradição cresceu e se desenvolveu, e à medida que as pessoas procuravam entender o significado e o poder da vida de Cristo

Isto é o que acontece quando você se esconde em mantos sacerdotais, mas se apega a este tipo de epistemologia humana e secular que considera a natureza como um sistema fechado e o homem como nada além de um animal evoluído.

A Questão da Ética
O teísmo cristão considera a ética - a questão do certo e errado moral - como absoluta, uma vez que a moralidade está enraizada no caráter eterno e imutável de Deus. O humanismo secular e o seu aliado, o pós-modernismo, por outro lado consideram a ética como completamente cultural e negociável. Eles afirmam que o que é eticamente correto em uma cultura não é necessariamente permitido em outra cultura, e portanto, cada cultura negocia as suas próprias normas éticas. Como resultado, existem muitos professores de história que não estão dispostos a dizer que aquilo que os alemães nazistas fizeram, em seu esforço para exterminar os judeus, foi antiético, porque o humanismo secular permite que isto, de alguma maneira, se encaixe na estrutura e no contexto da cultura alemã, e na "ética negociada" que ela tinha desenvolvido naquela época.

Extraído do capítulo 2 do excelente livro publicado pela Editora CPAD, A Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-Moderno.








Voddie Baucham é marido, pai, pastor, autor de livros, professor, pregador conferencista e plantador de igrejas. Ele serve como pastor de pregação na Igreja Batista Família da Graça em Spring, Texas.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Mensagem de Boas Vindas!

Olá, caros visitantes! Esta é minha primeira postagem no blog e aproveito a ocasião para vos dar as boas vindas. Tive a idéia de fazer este blog para compartilhar com vocês a suprema riqueza da graça de Deus em Cristo Jesus (Ef 2.7). A você que é um irmão em Cristo, espero que o blog seja um meio de graça para te aperfeiçoar, formar Cristo em você, e assim você desempenhar o seu serviço ao Senhor, edificando os irmãos que estão perto de você, edificando o corpo de Cristo. A você que ainda não serve ao Senhor, peço a Deus que Ele se agrade em usar os artigos publicados para aquecer seu coração, capacitar-te com fé pelo seu Espírito Santo e trazer-te para o aprisco dEle. Eu posso já adiantar que o amado Senhor Jesus é um bom pastor e vai cuidar muito bem de você. (Salmos 23). Bem, é isso! Estou ansioso para ver o que o Senhor irá fazer por meio de pequenas coisas como este blog. Estou ansioso porque é comum o Senhor usar as coisas pequenas para confundir as grandes, e as coisas loucas para confundir as sábias. Espero postar aqui muitos artigos que vocês encontraram em outros blogs e sites, artigos que me abençoaram grandemente e tenho certeza que abençoará vocês também. Que o Senhor Deus receba toda a glória e que a Supremacia de Cristo seja proclamada a todas as gentes para que se arrependam, sejam convertidas, tenham seus pecados apagados e assim venham os tempos de refrigério pela presença do Senhor...(Atos 3.19). Solus Christus, Soli Deo Glória!