segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A Verdade e a Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-Moderno (3/6)

O Teísmo Cristão e as Questões Fundamentais da Vida: Uma Explicação de Colossenses 1.12-21
As repostas fornecidas pelo humanismo secular pós-moderno deixam seus adeptos vazios e necessitados. Como, então, respondemos nós? Nós abrimos nossas Bíblias em Colossenses 1, para ver como a perspectiva cristã responde a estas mesmas perguntas. Vejamos como a supremacia de Cristo pode ser aplicada às questões fundamentais da vida: (1) Quem sou eu? (2) Por que estou aqui? (3) O que está errado no mundo? e (4) Como podemos consertar o que está errado?

Quem sou eu?
O Teísmo Cristão responde:
[Cristo] é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades, tudo foi criado por ele e para ele (Cl 1.15-16 NASB)
Agora, alguns de vocês podem estar confusos, pensando como esse texto pode ser uma resposta para a pergunta: "Quem sou eu?" A resposta é que vocês não podem imaginar quem são vocês até que, antes de mais nada, descubram quem é Ele. Jesus é a imagem do Deus invisível. É a representação exata do Pai. É o retrato de Deus em carne humana. Ele é Deus sobre esta terra. Ele é Todo-poderoso, "porque nele foram criadas todas as coisas", e é o Criador de todas as coisas.
Quais as coisas que Jesus criou? Ele criou todas as coisas que há no céus e na terra. Tronos, dominações, principados, potestades - tudo foi criado por Ele. Tudo foi criado nEle. Isto nos lembra João 1.1 "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus", o que por sua vez nos faz lembrar de Gênesis 1.1: "No princípio, criou Deus os céus e a terra". Se continuarmos lendo, encontraremos estas maravilhosas palavras: "Façamos [nós] o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança" (Gn 1.26). Assim sendo, quem sou eu? Enquanto nossa cultura pós-moderna diz que eu sou o resultado de processos aleatórios, o teísmo cristão diz que eu sou a glória que coroa a criação de Deus (cf. Sl 8.5). O teísmo cristão diz que Ele me entreteceu no ventre da minha mãe (Sl 139.13). O teísmo cristão diz que não sou um acidente, tão pouco o resultado de processos aleatórios. O teísmo cristão diz que, quer eu seja alto e bonito, que eu seja baixo e não tão belo, quer o meu corpo funcione perfeitamente ou seja gravemente deformado, sou a glória que coroa a criação de Deus, e como resultado, tenho dignidade, importância e valor inerentes. O teísmo cristão não consegue compreender idéias como racismo, classismo ou eugenia. O teísmo cristão considera o homem negro e o não-tão-negro como iguais. (Você categoriza o mundo como deseja; eu o categorizo como desejo! Mas para o meu leitor que é branco, quero dizer que não há problema que você não seja negro como eu; Deus lhe ama assim mesmo!) Naturalmente, a pergunta que fica no ar quando a questão vem à tona é:  Este realmente é o caso?  Esta pergunta está sempre suspensa, mesmo quando as pessoas não a proferem. A questão  está no ar. Como não gosto de perguntas que ficam no ar, vamos lidar com ela de frente.
Aqui está a dúvida: Você diz que, no contexto e nos limites deste teísmo cristão, não há lugar para este tipo de racismo, mas nós sabemos, como fato, que já houve culturas que, por um lado, afirmavam esta fidelidade ao teísmo cristão, e por outro, abraçavam racismo e escravidão. Como você justifica isto? A resposta é que não tenho que justificar nada disso. A história não é normativa. Só porque esse fato aconteceu, não significa que tenha sido correto. Aqui está o ponto que temos que analisar: isto cessou. O que fez com que isto cessasse? Qual foi a perspectiva encoberta que disse: "Isto é incoerente?" Qual foi a perspectiva encoberta que disse: "Isto é incoerente?" Qual foi a visão que questionou: "Nós somos um exercício de dissonância cognitiva?" Qual foi o parâmetro que alertou e disse: "Vocês não podem, por um lado afirmar o teísmo cristão, e por outro, desprezar homens por causa da cor de sua pele!" Foi o Islã? Não. A escravidão ainda é desenfreada no mundo muçulmano. Foi o teísmo cristão que acabou com a escravidão no mundo ocidental. Era errado? Sim, a escravidão no mundo ocidental era errada, mas segundo qual padrão? A escravidão era errada segundo o padrão da supremacia de Cristo e da Palavra de Deus.
Nem o humanismo secular nem o pós-modernismo conseguem compreender esta verdade - segundo qual outro padrão a perspectiva global teria acabado com a escravidão? Mas, quando nós compreendemo a supremacia de Cristo, não conseguimos escapar a esta verdade. Quem sou eu? Quem é você? Nós somos a glória que coroa a criação de Deus. Não me importo com o que qualquer pessoa já disse a você. Não me preocupo se o seu pai e sua mãe olharam nos seu olhos e disseram que você foi um engano. Jamais se esqueça que você foi criado à imagem de Deus, como a glória que coroa a sua criação.
Jamais me esquecerei do momento em que compreendi isto pela primeira vez. Inclusive, passo muito tempo da minha vida perguntando por quê? Fui criado por uma mãe solteira, adolescente que tinha apenas dezessete anos de idade quando engravidou. Ela e o meu pai ficaram casados por pouco tempo, mas à partir da época em que eu tinha cerca de um ano de idade, ela passou a me criar sozinha na região infestada de drogas e gangues, no Centro Sul de Los Angeles, onde, naquela época, a expectativa de vida de um rapaz negro era de aproximadamente vinte e quatro anos. Muitas vezes me perguntei por quê? - especialmente à luz da nossa cultura de hoje, que considera as mulheres jovens na condição da minha mãe, e lhes diz que seria irresponsável que levasse sua gravidez até o fim. Mas, quem sou eu? Sou a glória que coroa a criação de Deus.
Independente das circunstâncias do meu nascimento, ou do seu, das dificuldades ou fraquezas com que você luta, da sua classe ou da sua posição na vida - por caus da supremacia de Cristo na verdade, você é aquilo que o Criador do universo diz que você é. E, ao soprar em você o verdadeiro sopro de vida, Ele diz que você tem valor, dignidade e importância, e afirma que devo reconhecer isto em sua vida, da mesma forma como reconheço em mim mesmo. E assim nós vemos a supremacia de Cristo na verdade, e temos a resposta à pergunta número um.

Extraído do capítulo 2 do excelente livro publicado pela Editora CPAD, A Supremacia de Cristo em um Mundo Pós-Moderno.





Voddie Baucham é marido, pai, pastor, autor de livros, professor, pregador conferencista e plantador de igrejas. Ele serve como pastor de pregação na Igreja Batista Família da Graça em Spring, Texas.

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